O saíra-de-cabeça-azul é uma ave da América do Sul. A ave de cabeça azul não está em perigo devido à sua grande distribuição e população aparentemente estável. Mas pesquisadores haviam feito o último registro conhecido de uma subespécie de saíra-de-cabeça-azul no Cerrado brasileiro em 1929.

Mas dois pesquisadores registraram imagens da ave rara de volta ao Cerrado, após quase 100 anos.

As aves estão amplamente distribuídas desde as montanhas costeiras do noroeste da Venezuela, passando pela Colômbia, Equador (a oeste e leste dos Andes), leste do Peru, até o centro da Bolívia (Santa Cruz); e no Brasil, nas bordas meridionais da Amazônia e nas regiões do Cerrado (ao sul de Mato Grosso e Goiás).

O saíra-de-cabeça-azul tem em média 12 cm de comprimento e pesa aproximadamente 17 g, tem capuz e garganta azuis.

saíra de cabeça azul

A espécie S. cyanicollis foi descrita pela primeira vez pelos naturalistas franceses Alcide d’Orbigny e Frédéric de Lafresnaye em 1837 sob o nome científico de Tangara cyanicollis.

Esta espécie, juntamente com um grande grupo de treze outras espécies, eram tradicionalmente incluídos em um grande gênero Tangara. Até que vários estudos genéticos permitiram verificar que formavam uma subespécie separada do gênero que por isso foi proposto que se separassem em um novo gênero Stilpnia.

A Ave Rara Foi Vista Em Goiás
A redescoberta do saíra-de-cabeça-azul aconteceu na Chapada dos Veadeiros em Goiás.

Assim, em 16 de dezembro de 2020, os pesquisadores observaram um único saíra-de-cabeça-azul em uma mata do rio São Miguel (1.035 m), na Fazenda Volta da Serra (14 ° 10′S, 47 ° 44 ″ W) , Alto Paraíso de Goiás.

O saíra-de-cabeça-azul foi observado se alimentando de frutos de uma pequena árvore de cerca de 0,6 m de altura, na margem do rio rio São Miguel.

Os pesquisadores observaram que ele voou para a floresta, mas, após 10-15 minutos, voltou para se alimentar mais duas vezes. Assim, ao longo das três visitas, consumiu pelo menos 34 frutas, cada uma das quais foi brevemente amassada antes de ser engolida.
Tanto macho como fêmea possuem a mesma cor da plumagem das penas, de um azul extremamente vibrante na cabeça e o corpo preto com detalhes amarelados e alguns esverdeados na asa.

Como a mata onde a saíra-de-cabeça-azul foi avistada é muito grande, os pesquisadores suspeitam que podem haver mais indivíduos. “Pretendemos agora retornar àquela área nesse mesmo período de chuvas, talvez quando esse mesmo fruto que a vimos consumindo esteja frutificando, porque aí teremos chance de relocalizar novamente a ave e se há outros indivíduos na área”, revela o naturalista.

Ele ressalta ainda que é muito importante que moradores da região e observadores de ave também fiquem atentos e se mobilizem para tentar observar a subespécie naquela área e assim, obter mais informações sobre ela.

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