Nesta semana, o site CoinDesk relatou um curioso caso sobre o Bitcoin, tratando-se mais especificamente de sua mineração. Segundo a fonte, a mineradora MintGreen, especializada em tecnologia limpa, está trabalhando com a Lonsdale Energy Corp. para reaproveitar o calor gerado na produção de novas criptomoedas e aquecer uma pequena cidade chamada North Vancouver, na província Colúmbia Britânica, Canadá.
Esperada para 2022, a fonte de calor substituirá a emissão de quase 20 mil toneladas métricas de gás-estufa na atmosfera, oriundos de gases naturais utilizados em equipamentos de aquecimento tradicionais. Com temperaturas variando entre 0 ºC e 25 ºC, a solução térmica certamente será muito bem recebida pelos habitantes da cidade canadense — além de incentivar medidas ecossustentáveis.
O feito será alcançado através do boiler proprietário da MintGreen, capaz de reaproveitar até 96% da energia usada no processo de mineração do Bitcoin como calor, que pode ser utilizado para aquecer tanto a comunidade ou em processos industriais da cidade.
Fazendas de mineração de Bitcoin costumam gerar uma abundante de calor, que pode ser reaproveitado em processos sustentáveis. (Fonte: Business Insider / Reprodução)
Segundo o CEO da MintGreen, Colin Sullivan, o calor “capturado” será distribuído para a população através de equipamentos de aquecimento de água, chamados na cidade de “Energia Distrital”, em tradução direta para o português. Felizmente, North Vancouver possui centenas destes utilitários, que se beneficiarão do processo de mineração por alguns anos de fornecimento, conforme estabelece o contrato firmado com a empresa.
Apesar de não ser exatamente uma novidade, esta é a primeira vez que o reaproveitamento do calor gerado na mineração de bitcoins é realizado em larga escala. Conforme sugere o CEO da MintGreen, a estreia da solução não deve tardar além do inverno de 2022.
Resta aguardar o resultado da empreitada para conferir sua eficácia — que certamente pode aliviar as críticas quanto a sustentabilidade do Bitcoin. Com o banimento total da mineração e negociação de criptomoedas na China, que antes abrigava 75% de todos os mineradores da rede, é possível que este formato de negócio seja realocado para países mais favoráveis.
As “Caldeiras Digitais” proprietárias da MintGreen recuperam 96% da eletricidade usada para mineração de bitcoin como calor que é então usado para abastecer comunidades e processos industriais.
A empresa usa uma tecnologia de “imersão” que captura o calor gerado na mineração e vai para as concessionárias de água quente conhecidas como “Energia Distrital”, que é então distribuída aos clientes, explicou o CEO da MintGreen, Colin Sullivan, ao CoinDesk em uma entrevista.
A concessionária que trabalha com a MintGreen atende cerca de 100 prédios e a empresa venderá o aquecimento sob um acordo contratual de longo prazo, acrescentou Sullivan.
Em 16 de março, o gerente de ativos digitais CoinShares disse que participou da rodada de investimento em sementes da MintGreen, observando que o sistema de “imersão” do minerador captura e transfere o calor gerado pelos servidores de mineração criptográfica para concessionárias de água quente em escala industrial.
Usar o calor da mineração de bitcoin não é novo; em vez disso, tem acontecido em todo o mundo em uma escala menor.
A MintGreen pretende ter o sistema instalado e funcionando até o inverno do próximo ano, no que seria a primeira implantação da tecnologia da empresa em grande escala, de acordo com Sullivan.
A população da cidade de North Vancouver era de 52.898 no censo de 2016.